A palavra “reumatismo” virou um jargão popular para descrever qualquer condição relacionada a dor, principalmente quando crônica ou frequente. Não é incomum ouvir do paciente, mesmo em uma primeira avaliação, a frase: “Dra., eu tenho reumatismo”.
Em uma avaliação com o reumatologista (médico que trata os “reumatismos”), procuramos explicar ao paciente que existem várias condições clínicas que levam a dor crônica e outras tantas que não causam dor mas que são classificadas como doenças reumatológicas. Cabe o reumatologista investigar e tratar as patologias relacionadas aos sistemas musculoesquelético (fibromialgia, bursites, tendinites, osteoartrites) e algumas doenças de natureza autoimune como lúpus, artrite reumatoide, esclerodermia, etc. Os sintomas das doenças reumatológicas são muito amplos: podem ir desde lesões de pele (as mais diversas), passar por inflamações articulares e chegar até a situações mais graves com o comprometimento órgãos vitais como coração, pulmão, fígado e rim.
Nos últimos 15-20 anos houve um aumento considerável no conhecimento médico nessa área e muitos novos medicamentos de melhor eficácia e perfil de segurança foram desenvolvidos. Hoje em dia , na maioria das vezes, ter uma doença reumatológica se equipara a ter doenças crónicas como pressão alta ou diabetes. Condições essas que precisam ser tratadas e cuidadas permanentemente, mas que, com o adequado acompanhamento, não mais limitam nem incapacitam seus portadores.
Caso você tenha dor crônica ou já tenha escutado o termo “você tem reumatismo” procure um médico reumatologista. Sua condição precisa de investigada e tratada. Hoje em dia é possível ter uma vida normal, sem dor! A espera e a falta de um diagnóstico correto são sempre a pior estratégia.
Artigo escrito por: Dra. Fernanda Manente Milanez
Médica Reumatologista. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Doutora em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo – USP.
CRM-SC 16.281 / RQE 8.181
