Nos últimos dias, nós radiologistas temos visto uma mudança no perfil das doenças diagnosticadas em nossos serviços de imagem. A quarentena e o medo do contágio estão retardando a identificação de algumas patologias potencialmente tratáveis ambulatorialmente, tornando-as graves, extensas e muitas vezes com desfecho cirúrgico.
Diariamente, somos surpreendidos por doenças abdominais extensas (apendicites, diverticulites etc.) em que se supunha ser uma “dor de barriga passageira”. Canceres de mamas avançados encarados pelas pacientes como um “nódulo que pode esperar o término da pandemia”, dentre outros casos igualmente emblemáticos.
Por isso, os serviços de imagem têm adotado normas rígidas de triagem, restrição de pessoas (acompanhantes), desinfecção e controle clínico de colaboradores, com intuito de ofertar um ambiente com menor risco. É imprescindível que os pacientes procurem clínicas assim comprometidas, para que façam os estudos necessários às suas queixas, bem como os exames anuais de rotina.
Lembre-se, há inúmeras outras doenças potencialmente tratáveis e curáveis que não podem ser esquecidas. Minimizar os sintomas pode trazer prejuízos incalculáveis para a sua saúde. E, claro, sem esquecer dos cuidados com o vírus protagonista desta pandemia.
Grégory Vinícius Périco
CRM-SC 11376 RQE 7032