Bronquiolite – Como tratar/evitar?

A bronquiolite é uma infeção que acomete os bronquíolos (pequena parte da via aérea dos pulmões que é a continuação dos brônquios), tendo como principal causador o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Ele é mais comum entre outono e primavera (com o pico no INVERNO). Outros vírus que podem causar a bronquiolite são o Adenovírus, Parainfluenza, Influenza, Rinovírus, sem falar do atualmente famoso Coronavírus (tipos diferentes do atual), entre tantos outros.

Na maioria das vezes é uma infecção com quadros leves que pode se confundir com um resfriado. Os principais sinais e sintomas são coriza, tosse e febre. Quando o quadro evolui para uma piora, aí poderemos ter uma dificuldade para respirar (dispneia), uma respiração muito rápida (taquipneia) ou ainda uma respiração ruidosa (chiado/sibilos). Os principais sinais de alarme de um esforço respiratório são o afundamento do buraquinho do pescoço ao respirar (tiragem furcular), afundamento entre ou abaixo das costelas (tiragem intercostal ou subcostal) ou ainda um batimento da asa do nariz.

O diagnóstico é feito pela história (anamnese) e exame clínico do paciente. Não é indicado exame de sangue ou Rx para diagnóstico, a não ser que haja suspeita de alguma infecção bacteriana associada ao quadro, como uma pneumonia.

Também não existe tratamento específico. Na maioria dos casos a lavagem nasal, associado a medicamentos sintomáticos para dor e febre, além da manutenção da hidratação do paciente são mais do que suficientes para a melhora do quadro. Em alguns casos específicos, diretrizes sugerem teste com Beta-agonista (Bombinha), porém a eficácia é limitada em grande parte dos casos. Antibiótico só estará indicado se há coinfecção bacteriana, o que geralmente não ocorre na maioria dos casos, então evite o uso desnecessário de antibióticos.

Por sorte, poucas crianças (em torno de 2%) vão necessitar internação e desses, alguns podem precisar de UTI, sendo a mortalidade ainda baixa, porém quando comparamos com outras doenças respiratórias ela passa para números mais preocupantes. Os fatores de risco para maior gravidade do quadro são pacientes prematuros ou com doenças pulmonares ou cardíacas pré-existentes!

Se não temos um tratamento específico, qual a melhor maneira de lidarmos com essa doença?

Com toda certeza, a melhor saída é a PREVENÇÃO:

– Evitar contato com crianças e adultos doentes.

– Lavar as mãos.

– Evitar aglomerações.

– Evitar tabagismo passivo (fumaça perto da criança).

– Promover a amamentação.

– Realizar vacina para Influenza.

– Ficar atento a evolução dos sintomas e na dúvida consulte o seu pediatra ou pneumopediatra!

Por: Dr. Gustavo de Oliveira Bernardo – Pneumopediatra

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