A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença autoimune que tem como característica principal a inflamação poliarticular crônica. A doença tem predileção por mulheres acima dos 30-40 anos mas pode acometer homens e indivíduos mais jovens.
Os sintomas mais frequentes são dor e inflamação nas articulações das mãos, punhos e pés além de uma sensação de rigidez matinal (como se o indivíduo acordasse pela manhã com as articulações duras, travadas, “enferrujadas”). A falta de diagnóstico precoce e ausência de tratamento adequado ao longo dos anos pode levar a deformidade articular permanente e com ela, a limitação funcional.
O diagnóstico da AR envolve: 1) avaliação clínica e exame físico minucioso procurando os sinais clínicos da doença, delimitando sua extensão e possíveis danos crônicos; 2) realização de exames laboratoriais com o objetivo de identificar e quantificar a inflamação (VHS e PCR), pesquisa de marcadores de doença (FR e anti-CCP) e investigação de comorbidades; e 3) exames de imagem para pesquisa de sinovite ativa (lesão central da artrite reumatoide) e lesões ósseas estruturais (erosões).
O objetivo central no tratamento da AR é o controle do processo inflamatório. É esse controle que resulta na melhora da dor, prevenção das deformidades e possibilita o retorno as atividades laborais e do cotidiano. Para isso o reumatologista dispõe de um arsenal terapêutico composto por medicamentos antiinflamatórios, corticoides e imunossupressores (orais ou injetáveis). A correta escolha de cada medicamento deve ser individualizada a depender das recomendações nacionais e internacionais, da avalição clinica feita pelo médico assistente e das preferências do paciente (decisão compartilhada).
Com as opções terapêuticas atuais, é possível ter AR e levar uma vida normal, sem dor. Para isso, diagnóstico precoce e aceso rápido ao tratamento são fundamentais.
Artigo escrito por: Dra. Fernanda Manente Milanez
Médica Reumatologista. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Doutora em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo – USP.
CRM-SC 16.281 / RQE 8.181