Restrições de convívio social e redução da atividade física são fatores de estímulo à obesidade

Restrições de convívio social e redução da atividade física são fatores de estímulo à obesidade

As restrições ao convívio social impostas pelo risco de contágio pelo Covid-19 tem gerado sérias distorções na rotina das pessoas. Uma das mais preocupantes e mais presentes diz respeito a má alimentação e redução significativa da atividade física diária.

Em contrapartida nos supermercados os alimentos super processados são os que mais têm tido procura. Muitas destas comidas são chamados de “alimentos de conforto”, como batatas fritas, salgadinhos, mix de panquecas e biscoitos, refrigerantes, entre outras tantas coisas que consumimos para nos sentir menos ansiosos e por vezes mais fáceis de consumir. Infelizmente, quando estamos abrigados em casa, evitar o desejo de fazer frequentes visitas à cozinha durante o dia para comer esses alimentos é uma tarefa quase impossível.

No entanto, o conselho de nutricionistas e especialistas em saúde é: como não sabemos quando a rotina vai voltar ao normal, evite ao máximo que você e seus familiares consumam alimentos que contenham os chamados “carboidratos rápidos”, como grãos refinados, amidos, milho e açúcar, contidos nos pães, cereais matinais, sucos e quaisquer outros alimentos feitos com farinha processada. Por serem altamente processados e desprovidos de fibras são rapidamente absorvidos e convertidos em glicose no organismo, causando picos de açúcar no sangue e insulina e impedindo a liberação de hormônios que saciam a fome. Ao longo do tempo esse padrão de comer pode causar estragos na saúde metabólica, levando ao ganho de peso e aumentando o risco de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, condições que podem aumentar o risco de complicações em uma eventual contaminação pelo Covid-19.

A obesidade e as doenças metabólicas são condições complexas, impulsionadas por uma variedade de fatores, incluindo genética, meio ambiente, dieta e estilo de vida. Portanto é muito importante tratar a obesidade, independente do nível em que ela esteja. Seja através de um psicólogo, nutricionista ou casos mais graves, com cirurgia, é muito importante a busca por tratamentos especializados”, salienta o Diretor da Clínica Mova, Dr Leandro Avany Nunes. 

É certo que para combater esse problema é fundamental uma mudança dos hábitos alimentares, como evitar os carboidratos ultra processados. A maioria dos grãos usados em alimentos como cereais matinais, salgadinhos de milho e bolachas é moída por rolos de aço de alta velocidade. Em seguida, eles são pulverizados ainda mais através de uma variedade de técnicas de alta pressão. Um deles é o cozimento por extrusão, um processo térmico e mecânico que altera drasticamente as estruturas químicas dos grãos, quebrando suas longas cadeias de glicose em moléculas menores de amido que podem ser rapidamente digeridas. As propriedades físicas da molécula de amido original não são mais as mesmas e a estrutura dos grânulos foi destruída, as cadeias de polímeros de glicose foram reduzidas em tamanho e sua área de superfície expandida, o que aumenta a rapidez com que absorvemos esses alimentos do trato digestivo para a corrente sanguínea.

Nossos intestinos têm a capacidade de extrair gradualmente glicose de amidos relativamente intactos à medida que eles se movem por nossos sistemas. Mas, no caso dos alimentos ultra processados, praticamente todo o amido acaba sendo absorvido pelo organismo, tendo como consequência direta o quadro de obesidade.

Por outro lado, os carboidratos lentos, como brócolis, feijão e arroz integral, liberam glicose lentamente à medida que viajam por nossos sistemas, atingindo as partes mais baixas do trato gastrointestinal. Lá eles desencadeiam um hormônio chamado GLP-1, que informa ao nosso corpo que estamos sendo alimentados, resultando em sentimentos de saciedade.

Para tentar equilibrar essa equação, a dica é limitar os carboidratos rápidos e priorize carboidratos lentos, como feijão, legumes, grãos integrais, nozes, frutas e legumes. Invista em pratos com vegetais e faça exercícios diários para ajudar a controlar seu peso e melhorar sua saúde metabólica geral. A Clínica Mova é especializada em medicina da obesidade, com profissionais especializados para orientar e atender nos casos de dúvidas e tratamentos. “A equipe multidisciplinar na Clínica Mova está preparada para o tratamento da obesidade, através de tratamentos psicológicos, nutricionais, clínicos e cirúrgicos. Todos os meses reunimos os pacientes para discussões sobre procedimentos como a cirurgia bariátrica, onde todas as informações e dúvidas são discutidas”, observa do Dr Leandro Avany Nunes. 

Por: Dr. Leandro Avany Nunes – Médico Cirurgião

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