Sobre Doença de Alzheimer

Se você ainda não tiver esquecido, no artigo anterior ficou combinado que iríamos continuar falando sobre Doença de Alzheimer. Ops! Esqueceu? Sem problema algum ele continua salvo no site e você pode ter apenas não prestado atenção, porém se estes tipos de esquecimentos têm acontecido com frequência é muito importante você procurar avaliação médica.

A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, no Brasil estimasse mais de 1,2 milhões casos. O início dos sintomas iniciam depois dos 60 anos e a proporção de pessoas com a doença dobra a cada 5 anos após os 65 anos de idade. Quase metade das pessoas que tem mais 85 anos ou mais são acometidas, sendo assim a idade é o principal fator de risco não modificável. Os demais fatores são sexo feminino e os genéticos relacionados Apolipoproteina E (apo E), assim ter um familiar com doença de Alzheimer aumenta o risco duas ou três vezes na forma esporádica da doença, mas não há como prever se a doença irá ocorrer. Apenas 5% da doença de Alzheimer é familiar, aquela que ocorre em adultos jovens e tem um caráter hereditário importante, nesta forma vários membros da mesma geração são afetados.  

Você optar por uma vida saudável, que tanto insistimos, impactar como um fator de proteção e quando não feitas como fatores de risco modificáveis. Diabetes, hipertensão, sedentarismo, tabagismo, depressão não tratada, isolamento social e falta de atividades cognitivas; não conta então ficar sentado no sofá vendo série, são fatores de risco modificáveis para todo tipo de Demência. Sendo assim, lembre-se sempre: a escolha é sua.

Ainda não vacina disponível para Doença de Alzheimer, mas está sendo investigada e é muito promissora. Ela estimularia o sistema imunológico a reconhecer, detectar e evitar a formação das placas neuríticas e da deposição de amilóide, substância tóxica para os neurônios e uma das responsáveis pela causa da doença.

A Doença de Alzheimer caracteriza-se por uma longa duração – entre 10 a 12 anos em média, entre os primeiros lapsos e o estágio grave, podendo chegar até 20 anos de evolução, sendo pneumonia a principal causa de óbito. Normalmente o diagnóstico é feito pelo menos três anos depois dos primeiros esquecimentos. Este atraso no diagnóstico normalmente ocorre porque na fase inicial os sintomas são leves e costumam ser confundidos como “normal” do envelhecimento, ou então porque entramos num processo de negação, onde inconsciente preferimos não “ver ou acreditar” que pode haver a possibilidade de um quadro demencial, seja autopercebido ou de um ente querido.  

Importante deixar claro que nem toda perda de memória é devida a doença de Alzheimer, entretanto quanto antes for investigado problemas de memória melhor. Deve se ter em mente que há outras causas de esquecimento que podem ter sintomas semelhantes da Doença de Alzheimer fazendo que o diagnóstico diferencial precoce seja tão importante.

Em resumo, é comum alguns esquecimentos a medida que envelhecemos, porém esquecimento que interferem no dia-dia não é normal em nenhuma idade. Na próxima semana estaremos falando das fases da Doença de Alzheimer.

Por: Dra. Thatiana Dal Toe – Geriatra

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