Doenças autoimunes na pele

Consideramos como doença autoimune aquelas manifestações anormais do sistema imunológico. Os glóbulos brancos chamados leucócitos, em vez de atacarem apenas as bactérias e os vírus invasores do organismo, atacam os tecidos saudáveis dos órgãos.
Atualmente, existem cerca de 100 tipos de doenças auto-imunes catalogadas.
A amplitude de doenças autoimunes é extensa, já que podem acometer diversos órgãos e localidades do corpo humano. Da mesma forma, a gravidade do problema dependerá dos órgãos e sistemas afetados.
Quando o órgão afetado pela desordem autoimune é a pele, temos como principais doenças: psoríase, vitiligo e o lúpus. Veja o que cada um desses problemas representam e qual a melhor forma de tratá-los.
Conheça um pouco mais sobre cada uma delas:


Psoríase
A psoríase é uma doença autoimune de caráter cíclico, ou seja, apresentam sintomas que aparecem e somem periodicamente. Caracteriza-se por placas descamativas principalmente em joelhos, cotovelos e couro cabeludo.


Vitiligo
É uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou à ausência de melanócitos (células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados. Muito relacionado a causas emocionais.


Lúpus
O Lúpus pode se manifestar de algumas formas diferentes e quando o mecanismo de atuação da doença atinge a pele, chamamos de Lúpus Discoide. Nesse caso, o paciente apresenta lesões avermelhadas na pele, com diferentes tamanhos, formatos e colorações específicas. Os locais mais acometidos são a nuca, couro cabeludo e o rosto.


Mas qual a CAUSA destas doenças?

No passado se acreditou que as doenças autoimunes eram passadas de geração em geração.
A verdade é que, apesar da predisposição genética, existem fatores ainda mais fortes que podem acarretar na expressão dessas doenças.
Estudos científicos do campo da epigenética demonstram que fatores ambientais e estilo de vida são determinantes para que uma doença se manifeste ou não.
Uso indiscriminado de medicamentos, muita ingestão de alimentos processados e também com itens tóxicos ao organismo podem confundir o sistema imunológico. Tudo isso aliado aos nutrientes que deixamos de absorver, os níveis altos de estresse, maus hábitos de sono e às toxinas do nosso cotidiano, pode ser desastroso à nossa saúde.


Em novo estudo, pesquisadores da Suécia investigaram se o estresse emocional (induzido ou não pelo trauma) pode contribuir para o desenvolvimento de doença autoimune. Os resultados foram publicados em junho no Journal Of The American Medical Association (JAMA), a taxa de incidência de doenças autoimunes foi de 9,1 por 1000 pessoas-ano para
os indivíduos com diagnóstico de estresse, 6,0 por 1000 pessoas-ano para pessoas sem estresse no seu cotidiano.


E a CURA?


Você já deve saber que doenças autoimunes não têm cura.
Uma vez que a pessoa desenvolveu e teve diagnosticada uma determinada condição, infelizmente, terá que conviver com a doença por toda a vida.
A boa notícia é que existem estratégias dentro da medicina que possibilitam administrar essas doenças, colocando o sistema imunológico em remissão.
Cuidados com a saúde física e mental são de suma importância. Atividade física, sono de qualidade, gerenciamento do estresse, suplementação adequada acompanhada por profissional, ingestão correta de água entre outras medidas.
É importante que o paciente autoimune tenha acompanhamento médico para um tratamento adequado e assim manter sua qualidade de vida.


Dr. Eduardo Martins
Médico | CRM/SC 13012
Dermatologista | RQE12641
Médico de Família | RQE1767

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